Radioscopia Industrial
Fonte: YXLON International GmbH
A Radioscopia (também conhecida como “Radiografia em Tempo Real”) é um Ensaio
Não Destrutivo empregado em larga escala pela indústria para inspecionar produtos
fundidos de alumínio e magnésio, além de plásticos, vidros e outros componentes na
indústria automobilística, aeronáutica e eletrônica.
A principal vantagem da Radioscopia em relação a outros métodos de radiografia
industrial é que essa técnica dispensa o uso de filmes radiográficos, possibilitando a
inspeção de produtos fabricados em série de forma rápida e barata.
Existem diversos equipamentos de Radioscopia Industrial no mercado, mas
basicamente, o método funciona da seguinte maneira: a peça é colocada num
manipulador (que permitirá a movimentação do objeto) dentro de uma cabine blindada,
onde há uma ampola de Raios X.
Essa cabine é dotada de um sistema de segurança que libera a emissão de radiação
somente quando a mesma estiver totalmente fechada. A radiação emitida pela ampola
(cuja tensão pode variar entre 160 kV a 450 kV, dependendo da espessura do material a
ser inspecionado) atravessa a peça e atinge uma Tela Fluorescente (Técnica de
Fluoroscopia) ou Placa Digital (Flat Panel). No caso da Fluoroscopia, a tela fluorescente
transforma as intensidades de radiação que emergem da peça em luz de diferentes
intensidades, que por sua vez, são amplificados pelo Intensificador de Imagens. Este
sinal luminoso amplificado é capturado por um sistema de câmera, que o transformará
em sinal eletrônico, que por fim, será processado pelo computador, tornando possível
visualizar a peça radiografada no monitor.
No caso dos equipamentos dotados de Placa Digital (a grande maioria hoje em dia), a
radiação ionizante que atravessou a peça é convertida diretamente em sinal elétrico, que
será usado para gerar a imagem radiográfica no monitor.
Placa Digital (à direita) – Fonte: GE Inspection Technologies
Além disso, os equipamentos de Radioscopia possuem na mesa de comando “joysticks”,
que possibilitam movimentar e girar a peça durante a inspeção. Nas cabines com “Arco
em C”, são a ampola e o receptor de imagens que se movimentam ao redor da peça
durante o ensaio radiográfico.
Mesa de comando de uma cabine de radioscopia “Seifert XICube Series da GE – note os “joysticks” e botões que permitem movimentar o “Arco em C” durante a inspeção – Fonte: GE Inspection Technologies
Dessa forma, é possível visualizar o interior da peça em vários planos e ângulos
diferentes, facilitando a caracterização do objeto inspecionado e seus defeitos internos
(descontinuidades). Por exemplo, em componentes metálicos, os principais defeitos
observados são porosidades, que podem ter surgido durante a produção do material na
máquina, ou qualquer outro tipo de descontinuidade que venha afetar a qualidade do
produto.
Exemplos de Descontinuidades internas (Fonte: Carestream)
Por esse motivo, a radioscopia é largamente empregada nos casos onde se deve
detectar defeitos internos em linhas de produção. Outra vantagem do método diz respeito
à Proteção Radiológica, pois toda a irradiação ocorre dentro de uma cabine blindada.
A Radioscopia Industrial, conforme já mencionado, é um método amplamente
empregado pela indústria moderna, e os profissionais que desejam atuar nessa área
devem possuir o treinamento e habilitação específica para operar esses equipamentos.
Atualmente, se requer que o profissional possua o curso Técnico em Radiologia ou
Tecnólogo em Radiologia com a Formação em Radiologia Industrial (360 horas). Além
disso, os mesmos deverão requerer junto à Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN), o registro como Operador de Radiografia Industrial I. No caso da Radioscopia
Industrial, os próprios Operadores de Radiografia Industrial são os responsáveis pela
emissão do laudo radiográfico, diferentemente de outras áreas, onde quem o faz é o
Inspetor de Ensaio Radiográfico. Por esse motivo, os Operadores devem estar
familiarizados com normas internacionais de referência para a inspeção radiográfica,
como por exemplo, a ASTM, DIN EN ISO, dentre muitas outras. Mas acima de tudo, o
profissional deve ter um profundo conhecimento de Proteção Radiológica em Radiografia
Industrial, e estar sempre atualizado com relação aos novos métodos que surgem no
mercado, além das normas e resoluções publicadas pelos órgãos pertinentes.
Autor:
Alexandre Tadeu de Almeida RuizEx-aluno do Curso de Formação Radiologia Industrial da Maxim Cursos
Tecnólogo em Radiologia
Operador de Radiografia Industrial